segunda-feira, 30 de março de 2015

Campo de concentração em Dachau

Há 16km de Munique, a cidade de Dachau (leia darráu) guarda uma sombria história e apresenta ao mundo as exposição no campo de concentração. Eu confesso que não tinha muita informação sobre o holocausto, nazismo e II Guerra na cabeça, esqueci muita coisa que a gente aprende/decora na escola e me envergonho disso, ta? É preciso estar com a cabeça e coração abertos, pois visitas como essa te mostram tantos detalhes desconhecidos ou mascarados, chocam, são pesados, emocionam, e te fazem refletir sobre a vida e o que o ser humano pode fazer, o quanto o egoísmo, a ganância, e a vingança são capazes de cegar e manipular legiões de homens, os fazendo agir como animais, transformando mentes fracas em assassinas... Cada prisioneiro desse e de outros campos, de qualquer forma de opressão, tinham histórias que foram desviadas e destruídas inocentemente. É muito importante olhar o passado para que a sociedade nunca mais repita atrocidades como essas!

História
O campo de Dachau foi o modelo de construção e escola de assassinos da SS para todos os outros, inaugurado em 21 de março de 1933 nas dependências de uma fábrica de munição, era destinado inicialmente a prisioneiros políticos mas entraram comunistas, sindicalistas, negros, homossexuais, Testemunhas de Jeová, ciganos, deficientes e judeus. Os próprios eram quem construíam o campo, nas piores condições de sobrevivência, porque vida já não cabe a essa frase. O local tinha capacidade para 5000 pessoas, mas chegaram a passar 188 mil pessoas, das quais mais de 28 mil (documentados) foram mortos por fome, doenças, exaustão, degradação, surras, torturas, metralhadoras, forca, injeções, epidemias, desnutrição, falta de higiene... Durante a visita li que não era para ter tantas mortes, que haviam enfermarias, mas a partir de um momento a coisa saiu fora do controle, os prisioneiros caíam mortos durante o trabalho, a capacidade era muito maior e as epidemias foram inevitáveis, como a de febre tifóide, que matou mais de 10 mil pessoas em 4 meses. 29 de abril de 1945 foi o dia da libertação pelos soldados americanos, que também realizaram o massacre dos soldados da SS que só foi conhecido publicamente 60 anos depois.

Organização
Na entrada, a Jourhaus era a administração. Há uma placa com as plantas e o que os nazistas realizavam em cada cômodo, além do portão com o lema dos SS "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta), que não estava lá quando eu visitei. 
Assim que passa o portão você se depara com uma grande área livre e árida, apenas com o memorial de homenagem aos mortos, um monumento extremamente sombrio, onde os prisioneiros eram organizados em filas e recebiam suas ordens, eram punidos publicamente, assistiam celebrações nazistas, etc. Do lado direito fica o complexo com a cozinha, lavanderia e banheiros que hoje abriga o museu e atrás ficam as prisões e bunker (abrigo anti aéreo). 
Do lado esquerdo ficavam os barracões dos "quartos" que precisaram ser demolidos. Hoje estão duas reconstruções e o espaço vazio e demarcado dos outros. 
Ao fundo antes existia o barracão de desintoxicação e as estufas. Hoje estão igrejas católica, judia e protestante. 
O crematório fica fora dos limites do campo, mas próximo ao fundo. O complexo tem também uma câmara de gás que nunca foi concluída nem utilizada, o paredão de fuzilamentos e um bosque. 


O silêncio das fotos falam mais por si que qualquer descrição

































E, usando as palavras da Ka, é incrível como um lugar com a história tão pesada e tão triste consegue nos mostrar que certas coisas não são tiradas das pessoas, como a fé, a esperança e apesar de tudo, até a alegria daqueles detalhes tão pequenos, quase imperceptíveis. Vimos entrevistas de sobreviventes e eu lembro de terminar os vídeos boquiaberta de como eles não falavam só de coisas tristes e massacres, depois que voltei vi alguns filmes a respeito e tive a mesma reação... Assim que terminamos nossa visita o céu nos deu mais uma amostra disso: poderia ser cinza pra combinar com o luto do local, mas olha só:








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 PS: Minhas fotos são tiradas de uma Nikon P510 e algumas com o Moto X câmera de 10Mp, e a grande maioria não possui filtro nenhum (só em algumas poucas que eu apareço e tento mexer na saturação, mas só). Sou fã de fotografia e gosto de ver os resultados como eles saem da máquina, aproveitando o máximo que ela pode me oferecer! 

2 comentários:

  1. É realmente muito forte (e triste) visitar um lugar como esse, né? Podem contar a história da Segunda Guerra e do holocausto milhões de vezes, mas nada se compara a estar presente no lugar onde tudo isso de fato aconteceu. Isy, é muito interessante você ter comentado sobre como a paisagem parecia bonita no fim do dia, apesar de tudo, porque foi exatamente o que eu percebi quando fui conhecer Auschwitz com a Thu. Lá também o bosque é muito bonito! Não dá pra imaginar algo de tão ruim acontecendo em lugares bonitos como esses.

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    1. Sim Giulli, mas apesar de forte eu acho que todo mundo que tem oportunidade, deveria visitar. Não é apenas por lembrança que os sobreviventes se juntaram e construíram esses memoriais, eles viveram na pele uma experiência horrível e tiveram que relembrar de tudo, anos depois, pra deixar claro pro mundo o quanto isso é hediondo e não deve se repetir... É lindo viajar pra ver belas paisagens e se divertir, mas é importante pro futuro da sociedade que existam viagens como essa, olhando pro passado, né? E sim, é incrível como a paisagem cria um contraste com o que tem dentro das construções... É chocante.

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