Há 16km de Munique, a cidade de Dachau (leia darráu) guarda uma sombria história e apresenta ao mundo as exposição no campo de concentração. Eu confesso que não tinha muita informação sobre o holocausto, nazismo e II Guerra na cabeça, esqueci muita coisa que a gente aprende/decora na escola e me envergonho disso, ta? É preciso estar com a cabeça e coração abertos, pois visitas como essa te mostram tantos detalhes desconhecidos ou mascarados, chocam, são pesados, emocionam, e te fazem refletir sobre a vida e o que o ser humano pode fazer, o quanto o egoísmo, a ganância, e a vingança são capazes de cegar e manipular legiões de homens, os fazendo agir como animais, transformando mentes fracas em assassinas... Cada prisioneiro desse e de outros campos, de qualquer forma de opressão, tinham histórias que foram desviadas e destruídas inocentemente. É muito importante olhar o passado para que a sociedade nunca mais repita atrocidades como essas!
História
O campo de Dachau foi o modelo de construção e escola de assassinos da SS para todos os outros, inaugurado em 21 de março de 1933 nas dependências de uma fábrica de munição, era destinado inicialmente a prisioneiros políticos mas entraram comunistas, sindicalistas, negros, homossexuais, Testemunhas de Jeová, ciganos, deficientes e judeus. Os próprios eram quem construíam o campo, nas piores condições de sobrevivência, porque vida já não cabe a essa frase. O local tinha capacidade para 5000 pessoas, mas chegaram a passar 188 mil pessoas, das quais mais de 28 mil (documentados) foram mortos por fome, doenças, exaustão, degradação, surras, torturas, metralhadoras, forca, injeções, epidemias, desnutrição, falta de higiene... Durante a visita li que não era para ter tantas mortes, que haviam enfermarias, mas a partir de um momento a coisa saiu fora do controle, os prisioneiros caíam mortos durante o trabalho, a capacidade era muito maior e as epidemias foram inevitáveis, como a de febre tifóide, que matou mais de 10 mil pessoas em 4 meses. 29 de abril de 1945 foi o dia da libertação pelos soldados americanos, que também realizaram o massacre dos soldados da SS que só foi conhecido publicamente 60 anos depois.
Organização
Na entrada, a Jourhaus era a administração. Há uma placa com as plantas e o que os nazistas realizavam em cada cômodo, além do portão com o lema dos SS "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta), que não estava lá quando eu visitei.
Assim que passa o portão você se depara com uma grande área livre e árida, apenas com o memorial de homenagem aos mortos, um monumento extremamente sombrio, onde os prisioneiros eram organizados em filas e recebiam suas ordens, eram punidos publicamente, assistiam celebrações nazistas, etc. Do lado direito fica o complexo com a cozinha, lavanderia e banheiros que hoje abriga o museu e atrás ficam as prisões e bunker (abrigo anti aéreo).
Do lado esquerdo ficavam os barracões dos "quartos" que precisaram ser demolidos. Hoje estão duas reconstruções e o espaço vazio e demarcado dos outros.
Ao fundo antes existia o barracão de desintoxicação e as estufas. Hoje estão igrejas católica, judia e protestante.
O crematório fica fora dos limites do campo, mas próximo ao fundo. O complexo tem também uma câmara de gás que nunca foi concluída nem utilizada, o paredão de fuzilamentos e um bosque.
O silêncio das fotos falam mais por si que qualquer descrição